terça-feira, 3 de abril de 2012

Circo:




Circo Vox

Há um bom tempo atrás, eu e mais um grupo de amigos fomos assistir a um espetáculo  do  Circo Vox (http://circovox.com.br/) uma trupe circense genial que tem por  intenção  homenagear e relembrar a trajetória do circo no Brasil por meio de depoimentos em vídeo, números de circo, canto, dança e o humor. E nessa ocasião toda platéia foi convidada para participar de um livro com titulo homônino ao do espetáculo que estava sendo produzido pela companhia e minha irmã Aline decidiu escrever um depoimento despretensioso para o livro. O tal depoimento acabou sendo um dos escolhidos e foi publicado no livro Nostalgia. Ficou tão lindo, que decidi dividir aqui no blog a história:


Infancia. Instantes.

Poderia assim definir aqueles momentos mágicos que passei nas arquibancadas mambembes de circos, na minha pequena cidade. Com que alegria esperava que eles viessem, de tempos em tempos, para abrir a janela para outro mundo. Descobertas. Paixão à primeira vista, saudades imensuráveis. Como
explicar uma fase que ficou estancada no tempo? Não importava o tamanho, as atrações, o figurino ou o repertório. A essência daquilo que é precário e transitório estava lá.
Lembro no começo da década de 90, quando a lambada dominava nossos ouvidos, uma prima mais velha e eu, motivadas pelo convite do palhaço, participamos de uma competição dessa dança. Pela primeira vez vi o circo olhando do centro do picadeiro. Tinha certeza que o mundo girava ao redor dele. Uauu! Palpitação! Luzes! O palhaço perguntou meu nome, respondi timidamente em um sussurro: ‘Aline’. O palhaço começou a cantar a música ‘e eu chameiiii, chameiii Aline, estou aquiii’. Perguntou se eu a conhecia. Súbito: não! Recusava-me a conhecer tal música, achava triste. Estava mais interessada na competição. Formamos uma dupla desproporcional. Minha prima mais alta e eu pequenina (pelo menos assim me lembro), perdemos. Não perdemos para qualquer dupla, mas para uma de uma menina cega. De onde ela surgiu? Em uma cidade minúscula (guardem o nome Conceição dos Ouros) nunca a tinha visto, senti-me ludibriada no jogo. Bobices da infância. Não sabia perder, até isso o circo me ensinou. Prefiro lembrar assim desta história: meio borrado, meio colorido, meio algodão doce, meio pipoca. Sei que são muitas metades. Mas nossas lembranças têm dessas coisas de não aberem contar.
Espero que apreciem essa viagem no tempo...
Aline Izabel Costa Carvalho

http://circovox.com.br/livro-nostalgia/


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